TEORIA
DA TROVA
(para
iniciantes)
No sentido moderno,
trova é um conjunto de 4 versos que tenham sentido completo. 
Por ser uma obra
poética, obedece a algumas normas: 
         1-   deve ter 7 sílabas
poéticas; 
         2-   as rimas devem ser
alternadas. 
Para uma idéia
segura da composição de uma trova, vamos estudá-la dividindo-a em duas partes:
fundo e forma. 
         Forma 
-  é a estrutura da trova, a forma
externa, como ela foi escrita; 
         Fundo – é o que o autor disse ou quis
dizer. 
         Vejamos um exemplo: 
Saudade,
palavra doce
que
traduz tanto amargor;
saudade
é como se fosse
espinho
cheirando à flor.
(Bastos
Tigre)
Outro exemplo: 
Eu
caminho pela vida 
de
peito aberto, sem medo, 
porque
da fé fiz guarida 
e da
luta o meu segredo. 
(J.
Valdez) 
Vejamos agora se estas
trovas preenchem os requisitos: 
1-   A
estrofe tem 4 versos?  - sim. 
2-   Cada
verso tem 7 silabas poéticas?  - tem. 
Vamos contar: 
Eu  /  ca  /
mi / nho  /    pe / la 
/   vi/ da   (A)
1       2     
 3       4          5       
6      7
de /  pei / to a / ber / to / sem / me/ do     (B)
por / que / da / fé
/ fiz / gua / ri/da           (A)
e /  da / 
lu / ta o / meu / se / gre / do.      (B)
1    2      
3        4      5       
6      7 
A contagem das
sílabas poéticas chama-se  escansão. 
Portanto, escandir um verso é contar suas sílabas
poéticas. 
Conte as sílabas
na-tu-ral-men-te, como se estivesse falando. 
Um método prático é
contá-las nos dedos da mão, começando pelo dedão, como se você estivesse
tocando piano. Assim: eu (dedão) ca (indicador) mi (médio ) nho (anular ) pe
(mínimo) la (dedão ) vi (indicador) e assim sucessivamente. 
Eu  /  ca  /
mi / nho  /    pe / la 
/   vi/ da 
1        2       3       
4           5        6      
7 
As rimas são
alternadas? Sim.
O 1º verso rima com
o 3º e o 2º com o 4º. 
As rimas também são
representadas  por letras, em ordem
alfabética. 
Assim, temos aí, no
exemplo acima: 
vi-da no 1º
v. =A 
me-do    2º v.= B 
guari-da 3º
v.= A 
segre-do 4º
v.= B 
Portanto, quanto à
forma, a trova está correta. 
Quanto ao fundo, a
análise requer um pouco de sensibilidade.
O leitor deve
entender o que o autor quis dizer; em linguagem moderna, o A. emite uma
mensagem e o leitor a capta. 
Vamos ver isso,
superficialmente: 
Nos versos 1 e 2
está a mensagem, i.é, o enunciado:
 Eu caminho pela vida......sem medo; 
nos versos 3 e 4, o
A. dá a razão, explica o porquê de seu caminhar sem medo:
 é um homem de fé e de trabalho. 
Na trova de Bastos
Tigre o esquema é o mesmo: 
- estrofe de 4 vs.,
rimas alternadas. 
As rimas são
fonéticas, i.é, tem o mesmo som reproduzido não necessariamente pelas mesmas
letras; daí a palavra - doce  - do
1º v.  rimar com - fosse  -  do 3º. 
Esta foi a maneira
que encontrei para ajudar e incentivar os que querem se iniciar na doce arte de
fazer trovas. 
Agora, é só
exercitar, que é o melhor, se não o único método de aprender a trovar. 
Adamo Pasquarelli,
abril de 2009. 
VEJA TAMBÉM NESTE LINK UMA OFICINA COMPLETA
PARA APRENDER A FAZER TROVAS
(copie e cole no seu navegador}:
https://drive.google.com/file/d/0B-pBIRJ2zVt8dW8wc195cDVnWjlFbHVuWTdQenlsdGZFODFF/view?usp=sharing
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muito bom! aprendi a fazer trovas
ResponderExcluirMuito bacana a estrutura da rima. E é lindo também. E por falar nisto, esta semana comemorou-se o dia do Trovador. Parabéns aos trovadores!!!
ResponderExcluirBom to no 6 ano do ensino fundamental to estudando trovas e amei muito bacana
ResponderExcluirBom to no 6 ano do ensino fundamental to estudando trovas e amei muito bacana
ResponderExcluirMuito obrigado! Sou poeta desde adolescente, mas agora sou também professor. E sua forma de explicar é bem adequada para iniciar alguém na escrita poética.
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