Bem-aventurados os que sonham. Chama-os Deus poetas.*

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TROVA-LEGENDA SOMBRA DANÇANTE




Serena e fofa a vovó
passeia pela cidade...
Porém não caminha só:
segue-lhe o passo a saudade.
A. A. de Assis – Maringá/PR

Já com seu corpo cansado,
caminhando a passos lentos;
traz a sombra do passado
dançando a valsa dos ventos!
Ademar Macedo - Natal/RN

Vendo a sombra, de passagem,
no muro a movimentar,
lembra a idosa a própria imagem
quando mocinha, a bailar.
Agostinho Rodrigues – Campos/RJ

Segue a velha bailarina
relembrando seu passado!
Sua sombra, em pantomima,
vai deslizando a seu lado!
Alberto Paco – Maringá/PR

Mi sombra va de mi lado
ella danza viejos sones,
pero mi cuerpo cansado
ya carece de emociones
Ángela Desirée Palacios – Venezuela

A lembrança, na velhice,
sempre traz a mocidade,
que, qual sombra, com meiguice,
abraça a terceira idade...
Angelica Villela Santos - Taubaté/SP

Pelas vias da existência,
lado a lado a caminhar,
a velhice e a adolescência
buscando o mesmo lugar...
Antonio Juraci Siqueira – Belém/PA

Quem quiser ser um artista,
tem que seguir as canções,
passar a vida na pista
para abalar corações.
Antonio Cabral Filho – Jacarepaguá/RJ

Viver a vida na farsa
do sonho bom na memória
é vida que se disfarça
nas sobras de sua história.
Ari Santos de Campos - Itajaí/SC

Passa o tempo... bem depressa...
a roubar o que nos deu,
e, uma dúvida se expressa:
­­- passa o tempo... ou passo eu?!
Carolina Ramos – Santos/SP

Amenizando a saudade
dos tempos da meninice...
A sombra da mocidade
me acompanha na velhice!
Clenir Neves Ribeiro – Austrália

A sombra vai projetando
a linda dança da vida ...
Da mocinha vou lembrando,
sob o peso dessa lida !...
Cristina Cacossi - Bragança Pta./SP

Não teme, nunca, o amanhã
quem toma a nobre atitude
de guardar na alma anciã
os sonhos da juventude!
Dáguima Verônica – Santa Juliana/MG

Na sombra que o muro assina,
e a fantasia aprimora,
volta a ser a bailarina
jovem que já foi, outrora...
Darly O. Barros – São Paulo/SP

Somente com a bengala,
numa caminhada mansa,
a velhinha sonha...e cala.
e volta ao tempo da dança!
Delcy Canalles - Porto Alegre/RS

A velhinha nem repara
na dança da bailarina:
seu tempo há muito passara...
- Pobre dela!  Triste sina!
Diamantino Ferreira – Campos/RJ

Apoiando-se à bengala,
vovó, trôpega e cansada,
sonha com noites de gala,
no “teatro”... da calçada.
Dorothy Jansson Moretti – Sorocaba/SP

Vivo a idade intensamente
e um desejo em mim aflora:
poder chegar ao poente,
sem ter saudades da aurora...
Edmar Japiassú Maia – Nova Friburgo/RJ

Minha alma bailarina
foge em noites de luar...
Sob a luz da lamparina
com a sombra vai dançar.
Eliana Jimenez – Balneário Camboriú/SC

Num velho corpo alquebrado
que contra o passado avança,
vive o sonho desenhado
de um passo dado de dança.
Elisabete Aguiar - Mangualde/Portugal

A bailarina que um dia
encantava em seus compassos,
hoje vive a nostalgia
na saudade dos seus passos!
Eva Yanni  – Caicó/RN

Adormeço... e, num arranjo
de ternura de quem ama,
minha SOMBRA, como um anjo,
me espera nos pés da cama...
Flávio Stefani – Porto Alegre/RS

Esta sombra que esvoaça
e de jovem se insinua,
dá mostras que o tempo passa
e que a vida continua!
Francisco José Pessoa – Fortaleza/CE

Vejo, em minha fantasia,
que a sombra só diz verdade,
quando, à luz da poesia,
volto à minha mocidade.
Gilson Faustino Maia - Petrópolis-RJ

Um sonho de adolescente
a gente jamais esquece...
a vida envelhece a gente
e o sonho não envelhece...
Gilvan Carneiro da Silva – Rio de Janeiro/RJ

Essa sombra que retrato
na parede, quando passo,
descreve o que sou, de fato,
sempre jovem, sem cansaço!
Gislaine Canales – Balneário Camboriú/SC

Vale a pena envelhecer,
viver o hoje e ser feliz;
o passado remover
sem deixar a cicatriz!
Glória Tabet Marson – S. J. dos Campos/ SP

A sombra da juventude
na parede projetada,
contrasta com lassitude
da velhice na calçada.
Haroldo Lyra – Fortaleza/CE

Mesmo apoiada à bengala,
no seu lento caminhar,
sua sombra entra na sala
onde, em sonhos, vai  dançar!!!
Héron Patrício – São Paulo/SP

Velhice, andar vacilante;
noite... a sombra descortina
o seu passado distante:
os tempos de bailarina.
 Jessé Nascimento - Angra dos Reis/RJ

Senilidade consiste
mais um passo que se acalma
à  sombra alegre que existe
projetada na sua alma.
João Batista Xavier Oliveira – Bauru/SP

Quando à velhice chegamos,
a vida nos faz maldade:
quanta tolice guardamos
na gaveta da saudade...
José Fabiano – Belo Horizonte/MG

Triste sina! A bailarina,
quando nova a saltitar.
A idade... foi-lhe ferina.
Memórias perdidas no ar…
José Feldman - Maringá/PR

Estas cenas nos comovem,
como, na rua, alguém disse:
- Juntas, a energia jovem
e a lentidão da velhice!
José Lucas de Barros – Natal/RN

Também foi a bela da hora,
exposta em grande portal,
hoje seus sonhos de outrora
ornam sua alma imortal.
José Marins – Curitiba/PR

La vida no nos perdona
en su loco trajinar...
Juventud de ayer, corona
hoy es cruz para llevar.
Libia Beatriz Carciofetti - Argentina

Embora meu andar cansado,

denuncie minha idade,
a menina do passado
baila com facilidade!
Lisete Johnson – Porto Alegre/RS

Aquilo que fui um dia,
perdura no que hoje sou,
mas a vida, que ironia,
por ser longa, deformou...
Lóla Prata – Bragança Paulista/SP

Trôpega, velha senhora
passa pela silhueta,
onde outrora ela sonhara,
seus sonhos de borboleta...
Lora Saliba – São José dos Campos/SP

No outro lado da rua
onde não passa ninguém,
tem só a saudade tua...
que nunca passa também.
Luiz da Silva – Itajaí/SC

Alma doce, o teu cansaço,
sem sofrimento ou pesar,
não se curva ao passo-a-passo
do meu duro caminhar...!
Mara Melinni – Caicó/RN

Muda-me a idade a aparência,
não meus sonhos de menina...
Vibra ainda em mim, na essência,
o ardor de uma bailarina.
Maria de Archimedes – RJ

Pouco me importa que a idade
peça apoio à bengala
quando a jovialidade
faz questão de acompanhá-la...
Marina Valente - Bragança Paulista/SP

Quanto falta para a esquina?
E será que hoje ele vem?
Quanto tempo faz, Menina?
Não importa. Vou também!
Mário A. J. Zamataro – Curitiba/PR

Vendo, através da cortina,
bailados da mocidade,
vovó, que foi bailarina,
segue a chorar de saudade...
Myrthes Masiero – São José dos Campos/SP

Vivemos lições de vida,
não sabemos do amanhã;
sorrindo e, na dor sofrida,
podemos ter mente sã.
Nadir Giovanelli - São José dos Campos /SP

Quanto mais aumento a idade,
sem que, dela, fugir possa,
na parede da saudade
minha imagem mais remoça!
Nei Garcez - Curitiba/PR

Chegou à "melhor" idade
tendo Deus como seu guia;
e a “sombra” da mocidade
segue-lhe com alegria!
Nemésio Prata – Fortaleza/CE

À sombra da juventude,
vejo meu tempo passar,
e sinto, nesta amplitude,
a longa idade avançar...
Olga Maria Dias Ferreira – Pelotas/RS

Do Ocaso...que me persegue,
vem-me a silhueta linda:
minha sombra que me segue...
mostra-me jovem ainda.
Paulo Roberto da Silva – Caicó/RN

Há uma sombra em meu caminho,
que me segue...e, mesmo assim...
nem quer me deixar sozinho,
nem diz o que quer de mim!
Prof. Garcia – Caicó/RN

O corpo não é de atleta,
mas a alma é jovem e bela,
e, na parede, projeta
toda a juventude dela!
Renato Alves - Rio de Janeiro/RJ

Repouse ao corpo o cansaço,
aos ombros me pese a idade,
seguirei no mesmo passo
desfrutando a mocidade!
Secel Barcos – Cambridge/Canadá

Vejo alguém dando seus passos,
pela bengala, ajudado
e uma moça abrindo os braços
em expressão de bailado.
Tarcísio José Fernandes Lopes – Brasília/DF

A  sombra da bailarina,
contrastando com a anciã,
lembra o poente que declina
lembrando que foi manhã.
Thalma Tavares – São Simão/SP

Pelo muro da lembrança,
onde passo .... a caminhar,
vejo a sombra, por vingança,
minha imagem remoçar...
Vanda Alves da Silva – Curitiba/PR

Meu "eu" antigo encontrei...
sinto que não perdoou
por ver que não realizei
os sonhos que ele sonhou.
Vanda Fagundes Queiroz – Curitiba/PR

Recordadas na velhice
as “curvas” da mocidade,
ajudam sem malandrice,
a pensar; mas que saudade!
Victor Batista – Barreiro/Portugal

Quando a vovó sai do lar,
segue firme, decidida -
alma jovem, a bailar
frente aos desgostos da vida.
Wagner Marques Lopes - Pedro Leopoldo/MG

O tempo passa e me deixa,
a relembrar que fui moço,
com direito a fazer queixa
das rugas, no meu pescoço.
Wellington Freitas – Caicó/RN



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