Bem-aventurados os que sonham. Chama-os Deus poetas.*

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Trovas temáticas de Eliana Jimenez

AMOR/PAIXÃO



As paixões têm seus segredos,

profundezas intocadas,

protegidas por rochedos

em distantes enseadas.

 

Quero um amor que me valha

e espero o tempo que for,

pois sou celeiro de palha

pronto a queimar por amor!

 

A tarde, a praia, o passeio,

o coração tão vazio...

Um olhar me atinge em cheio:

- Amar de novo? Arrepio....

 

Que dolorosa ironia

desse amor a me atiçar:

borboleta fugidia

que não consigo alcançar.

 

Lua cheia, céu em festa

é um momento inspirador,

nós na rede, uma seresta,

embalando o nosso amor.

 

Na ampulheta desde a areia,

urge o tempo em desfavor

e a solidão devaneia

esperando o grande amor.

Nas grandes tramas de amor,

o livro é ponte, em verdade,

que liga o autor ao leitor

em doce cumplicidade.

 

Quando o desejo cintila

e arrebata o coração,

até o sensato vacila

e põe de lado a razão.

 

Nesta vida o encantador,

com maior significado,

dá-se ao cativar o amor

e ao render-se, cativado.

 

Não bastaram os cuidados,

o amor entrou, repentino,

e com meus olhos vendados,

fez da vida um desatino.

 

Quando o amor se faz ausente

e a solidão vivencio

eu ensaio novamente

um drama em palco vazio.

 

Às vezes, o meu caminho,

é assim, cerejeira em flor;

você se achega, adivinho:

redemoinho de amor.

 

Há um enigma em evidência

quando um grande amor se sente:

o poder que tem a ausência

de fazer-se tão presente.

 

Felicidade almejada,

no meu futuro eu diviso:

- Em teus olhos, a alvorada;

no teu corpo, o paraíso.

 

Seu olhar insinuante,

que tanto brilha me atesta:

- Uma fagulha é o bastante

para incendiar a floresta.

 

Sem amarras, sem pudores,

sendo o céu o nosso altar,

nosso amor se funde em cores

na madrugada, ao luar.

 

Um casal apaixonado

faz da vida um carrossel

de emoções, desgovernado,

rodopiando rumo ao céu.

 

Noite quente, lua cheia,

é receita milenar:

-  Paixão louca que incendeia

os casais sob o luar.

 

São forças da natureza,

não se pode fazer nada:

– Fogo, vulcão, correnteza...

e a mulher apaixonada!

 

Quantas bênçãos recebidas

quando se caminha aos pares:

um ideal, duas vidas,

dois corações similares.

 

Um dilema se concentra

num caminho de ilusão:

coração nos grita: -Entra!

a razão sussurra: - Não!

 

Só o amor tem o condão

de avivar, resplandecer,

transformando a escuridão

em radioso amanhecer.

 

Em nosso amor, a ruptura,

sem motivos, sem respostas,

foi na vida a desventura

de trilhar sendas opostas.

 

Um amor que se alardeia

não passa de sonho vão:

é só castelo de areia

escorrendo pela mão.

 

De nosso encontro, a união,

que em nossa vida se deu:

dentre os amigos, o irmão

que o amor fraterno escolheu.

Fonte: https://issuu.com/elianajimenez/docs/trovadorando_-_ebook_final


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