AMOR/PAIXÃO
As
paixões têm seus segredos,
profundezas
intocadas,
protegidas
por rochedos
em
distantes enseadas.
Quero
um amor que me valha
e
espero o tempo que for,
pois
sou celeiro de palha
pronto
a queimar por amor!
A
tarde, a praia, o passeio,
o
coração tão vazio...
Um
olhar me atinge em cheio:
-
Amar de novo? Arrepio....
Que
dolorosa ironia
desse
amor a me atiçar:
borboleta
fugidia
que
não consigo alcançar.
Lua
cheia, céu em festa
é
um momento inspirador,
nós
na rede, uma seresta,
embalando
o nosso amor.
Na
ampulheta desde a areia,
urge
o tempo em desfavor
e
a solidão devaneia
esperando
o grande amor.
Nas
grandes tramas de amor,
o
livro é ponte, em verdade,
que
liga o autor ao leitor
em
doce cumplicidade.
Quando
o desejo cintila
e
arrebata o coração,
até
o sensato vacila
e
põe de lado a razão.
Nesta
vida o encantador,
com
maior significado,
dá-se
ao cativar o amor
e
ao render-se, cativado.
Não
bastaram os cuidados,
o
amor entrou, repentino,
e
com meus olhos vendados,
fez
da vida um desatino.
Quando
o amor se faz ausente
e
a solidão vivencio
eu
ensaio novamente
um
drama em palco vazio.
Às
vezes, o meu caminho,
é
assim, cerejeira em flor;
você
se achega, adivinho:
redemoinho
de amor.
Há
um enigma em evidência
quando
um grande amor se sente:
o
poder que tem a ausência
de
fazer-se tão presente.
Felicidade
almejada,
no
meu futuro eu diviso:
-
Em teus olhos, a alvorada;
no
teu corpo, o paraíso.
Seu
olhar insinuante,
que
tanto brilha me atesta:
-
Uma fagulha é o bastante
para
incendiar a floresta.
Sem
amarras, sem pudores,
sendo
o céu o nosso altar,
nosso
amor se funde em cores
na
madrugada, ao luar.
Um
casal apaixonado
faz
da vida um carrossel
de
emoções, desgovernado,
rodopiando
rumo ao céu.
Noite
quente, lua cheia,
é
receita milenar:
- Paixão louca que incendeia
os
casais sob o luar.
São
forças da natureza,
não
se pode fazer nada:
–
Fogo, vulcão, correnteza...
e
a mulher apaixonada!
Quantas
bênçãos recebidas
quando
se caminha aos pares:
um
ideal, duas vidas,
dois
corações similares.
Um
dilema se concentra
num
caminho de ilusão:
coração
nos grita: -Entra!
a
razão sussurra: - Não!
Só
o amor tem o condão
de
avivar, resplandecer,
transformando
a escuridão
em
radioso amanhecer.
Em
nosso amor, a ruptura,
sem
motivos, sem respostas,
foi
na vida a desventura
de
trilhar sendas opostas.
Um
amor que se alardeia
não
passa de sonho vão:
é
só castelo de areia
escorrendo
pela mão.
De
nosso encontro, a união,
que
em nossa vida se deu:
dentre
os amigos, o irmão
que
o amor fraterno escolheu.
Fonte: https://issuu.com/elianajimenez/docs/trovadorando_-_ebook_final