Bem-aventurados os que sonham. Chama-os Deus poetas.*

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

TROVAS DE LISETE JOHNSON/RS

 


Ousada, a Lua assistia

pelas frestas da janela,

nossos corpos, na euforia,

rindo sob os raios dela!

 

Meu desejo percorreu

teu corpo como compasso,

circulando o que é tão meu,

na geometria do abraço.

 

Sol poente e meu veleiro

diz adeus aos coquerais...

Voa livre, aventureiro,

à procura de outros cais!

 

Não é à força e martelo,

que se esculpe um cidadão!

Constrói-se, até um castelo,

não caráter, retidão...

 

Em todas minhas passagens

por terras, águas ou trilhos,

Deus, sempre, adorna as paisagens

de flores, de sóis, de brilhos!

 

Apesar dos meus apelos

e ao tempo que me maltrata,

rendo-me ao ver meus cabelos

tingidos de pura prata.

 

Só reconhece o valor

da claridade de um lume

quem teve que sobrepor

trilhas de treva e negrume.

 

Singrei mares de agonia,

lutei contra vendavais,

para achar a calmaria

que só encontro em teu cais.

 

Que monótono seria,

se não houvesse matizes

de cor, de raça , de  etnia,

frutos de várias raízes!

 

 Num mundo globalizado,

de "Google" e "Face" em ação,

caminhamos lado a lado,

imersos na solidão!


Embora meu andar cansado,

 denuncie minha idade,

a menina do passado

baila com facilidade!

 

Meu barquinho de papel,

antes que o dia desponte,

zarpará do mar ao céu,

onde repousa o horizonte!

 

 



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